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Judiciário em Dia confirma indenização dos Correios para aposentado

publicado 03/02/2011 09h00, última modificação 11/06/2015 17h06

Depois de 36 anos lutando na Justiça para receber uma indenização da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) por ter sido atropelado por um triciclo de entrega de correspondências em São Paulo, um português aposentado de 85 anos saiu vitorioso no Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF3). No julgamento, ocorrido durante o mutirão Judiciário em Dia, o processo foi julgado favorável ao aposentado. “Foi uma surpresa para todos nós. Se não fosse o mutirão, nem sei quanto tempo o processo ainda levaria para ser julgado”, comemorou o aposentado. O caso será exibido no programa de TV Via Legal, produzido pelo Centro de Produção da Justiça Federal (CPJUS), que é coordenado pelo Conselho da Justiça Federal, com a participação dos cinco tribunais regionais federais.

Na ação protocolada em 1974, o aposentado pedia uma indenização de 10 mil cruzeiros para cobrir os gastos que teve com duas cirurgias no tornozelo, além de despesas com medicamentos, bengala, meia elástica e funcionários que precisou contratar para tomar conta do hotel do qual era dono e gerente na época. “Eu que cuidava de tudo, e depois do acidente foi prejuízo para todo lado, pois o comércio só anda bem quando temos saúde”, explica o aposentado.

Depois do acidente, o aposentado passou a ter dificuldade de andar e acabou parando de trabalhar, como conta a esposa. “Sofremos muito, espero que a Justiça tarde mas não falhe, pois o que passamos não desejo a mais ninguém”, desabafa. A ação foi julgada na 1ª instância em 1999, quando o juiz acatou o pedido de indenização. A empresa, no entanto, recorreu e desde então o processo tramitava no TRF3. “Estamos muito surpresos e contentes, pois agora pelo menos vemos uma luz no fim do túnel”, afirma a esposa de um dos netos do casal.

Mutirão – Desde que teve início, em setembro de 2010, o Judiciário em Dia já julgou quase 30 mil processos do TRF3, sobretudo aqueles que ingressaram antes de 31 de dezembro de 2006. Segundo o juiz federal Wilson Zauhy, relator do processo do aposentado, o mutirão está permitindo “remexer as estantes da Justiça, trazendo à tona os processos mais antigos que demandam julgamento urgente”.

Para ele, a demora no andamento de muitas ações, como a do aposentado que foi atropelado pelo triciclo da ECT, reflete um problema de gerenciamento de processos no Judiciário brasileiro. Por isso, o Judiciário em Dia, além de promover um mutirão de julgamentos, auxilia os gabinetes na adoção de práticas mais modernas e eficientes de gestão das ações judiciais, com o objetivo de dar maior agilidade à tramitação das demandas judiciais.

Com informações do TRF3