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Discussão sobre papel da comunicação organizacional encerra Seminário sobre Transparência

publicado 21/06/2013 18h45, última modificação 11/06/2015 17h04

O papel da comunicação organizacional na promoção da transparência foi o quarto e último painel do Seminário Transparência na Justiça Federal: alcance e limites, realizado nesta quinta-feira (20/06), na sede do Conselho da Justiça Federal (CJF). A mesa de palestrantes contou com a presença da assessora de Comunicação Social do CJF, Roberta Bastos; a diretora do programa de TV Via Legal, Dione Tiago; a diretora de treinamentos da Agência Oficina da Palavra, Miriam Moura; e o assessor da Coordenadoria de Imprensa do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Murilo Pinto.

A mediação do painel foi feita pelo presidente do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), desembargador federal Sérgio Schwaitzer, que aproveitou para comentar sobre a pertinência das discussões sobre o tema, já que o Judiciário sempre foi pautado pela publicidade de suas informações. “Entre os Três Poderes da República, o Judiciário é o que mais divulga dados oficiais”, afirmou. Na opinião dele, ainda há dificuldade, no entanto, de se obter esses dados de maneira confiável, correta, fidedigna, a fim de permitir que a administração dos tribunais tracem metas.


Para a primeira palestrante, Roberta Bastos, a Justiça Federal precisa refletir estratégias de como ser mais transparente para a sociedade. “Precisamos avançar muito com a reformulação dos portais e a disponibilização das informações. Vamos discutir a uniformização dos dados, porque a informação disponível pode não ser compreensível ao destinatário. Precisamos alinhar melhor nossa política de disponibilização de dados. Convido os tribunais regionais federais e as seções judiciárias a pensar sobre isso”, propôs a assessora de comunicação.


Com relação aos projetos estratégicos da Justiça Federal, Roberta Bastos apresentou a “Carta de Serviços”, aprovado pelo Comitê de Planejamento Estratégico da Justiça Federal e que consiste em definir um menu padronizado dos serviços essenciais que precisam estar disponíveis para o cidadão na internet, em atendimento à Lei de Acesso à Informação e às melhores práticas da área. “Queremos avançar nessa frente, em direção a uma política integrada e uniforme de transparência”, concluiu a jornalista.

Em continuidade ao tema, a diretora do programa de TV Via Legal, Dione Tiago, lembrou aos participantes que a transparência deve inquietar a todos, principalmente, os jornalistas do serviço público. “Parece-me claro que se um órgão da Justiça não tiver uma comunicação eficiente, ele está dando um grande passo para não ser transparente”, observou. Segundo ela, a maioria dos órgãos públicos ainda não se deu conta que não precisam mais da grande mídia. “Eles precisam descobrir que não são mais reféns dos veículos de massa, pois, tecnicamente, não é necessário, nem tão caro assim construir um espaço para divulgação de informação didática”, acrescentou.

Para exemplificar a questão, Dione Tiago falou da estrutura do Centro de Produção da Justiça Federal (CPJUS), responsável pela produção do programa de TV Via Legal – exibido pelas TVs Cultura, Justiça e por mais 45 emissoras regionais; pelo interprograma Momento Ambiental – veiculado nos intervalos da programação da TV Justiça e de mais de 24 emissoras regionais; e pelo conteúdo jornalístico da Rádio Cidadania Judiciária – transmitido pela Rádio Nacional e por várias outras rádios do Brasil. “Não fazemos matérias institucionais, pois nosso foco é o cidadão”. A diretora e jornalista destacou que, seguindo por este caminho, os produtos do CPJUS já receberam importantes prêmios de Jornalismo e, principalmente, o reconhecimento do público. “O resultado aparece nos contatos que recebemos dos telespectadores”, contou, revelando ainda que apenas o programa Via Legal já obteve mais de 1,5 milhão de visualizações de reportagens em seu canal no Youtube.

Comunicação integrada

Em sua palestra, a diretora de treinamentos da Agência Oficina da Palavra, Miriam Moura, lembrou pensamentos de importantes teóricos da comunicação organizacional, como Margarida Maria Krohling Kunsch. Segundo a palestrante, a atuação sinérgica de todas as áreas da comunicação, guiadas por uma estratégia global e bem definida, deve guiar os resultados pretendidos pela organização. “Neste caso, o assessor assume um papel de gestor e exerce uma função maior e mais relevante do que a de um assessor de imprensa”, explicou. Na opinião de Miriam Moura, o contexto do avanço e crescimento das mídias sociais está provocando mudanças importantes na comunicação das organizações. “Transparência requer manutenção permanente”, pontuou.

Força das mídias sociais

O assessor da Coordenadoria de Imprensa do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Murilo Pinto – que trabalha diretamente com a administração das redes sociais do órgão – começou sua apresentação destacando a atual percepção da sociedade em relação ao Judiciário e fez um alerta aos participantes do evento: “Quem menos conhece o Judiciário, menos o aprova”. De acordo com o jornalista, as novas tecnologias trazem consigo algumas proposições para a sociedade. “Assim que é digitalizada, a informação pode ser transportada e copiada indefinidamente”, disse.

Além disso, ele falou da importância dos órgãos do Judiciário estarem presentes nas mídias sociais, sob risco de deixarem que o espaço seja utilizado inadequadamente, por falsos porta-vozes. “É necessário trabalhar com comunicação pública integrada, horizontal, em favor de uma cidadania esclarecida”, frisou. Murilo Pinto também salientou que a forma de se comunicar nas mídias sociais deve ser diferente, mais segmentada. “As pessoas em rede social não são uma massa. A visibilidade e a transparência nas redes também têm suas consequências. Todas as formas de comunicação devem sofrer uma reformulação”, finalizou.

 Confira aqui os arquivos das palestras desse Painel (os palestrantes Nino Carvalho, professor da Fundação Getúlio Vargas e especialista em Mídias Sociais, e o diretor do Departamento de Internet da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República não puderam comparecer ao Seminário, mas disponibilizaram suas palestras em arquivos que também seguem abaixo):

Roberta Bastos

Murilo Pinto

Nino Carvalho

Maurício Bichara