Seminário mostra as dificuldades da cooperação internacional quanto ao tráfico transatlântico de entorpecentes
O coordenador de polícia e repressão a drogas e entorpecentes da Polícia Federal, Marcelo de Oliveira Andrade, um dos palestrantes do painel, apresentou o cenário do tráfico de drogas internacional no Brasil, quem são os países produtores e países consumidores e como é tratada a questão da responsabilidade compartilhada.
Segundo Marcelo de Oliveira, somente em 2011 foram apreendidos 1.429 kg de cocaína no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo. No Paraguai foram 1.727 kg e na Europa e África, 1.197 kg. Entre as principais dificuldades apontadas por Oliveira para combater o problema, estão a diversidade de sistemas jurídicos, cultura e idiomas diferentes, o baixo nível de desenvolvimento social e político dos países, bem como a falta de confiança entre as agências internacionais. “A corrupção, a demora na troca de informação, a falta de melhor fiscalização na saída do país também são problemas enfrentados diariamente”, revelou.
O coordenador assinalou quais são as ações de combate ao tráfico realizadas atualmente pelo Brasil. “Houve ampliação das adidâncias policiais e de oficiais de ligação no exterior, foram feitos acordos bilaterais com a Bolívia, Peru, Paraguai e Colômbia, intercâmbio entre mais de 80 policias da área de inteligência, operações ostensivas e investigações conjuntas”, disse. Há também, de acordo com o ele, constante troca de informações entre as agências e adidâncias e um programa especifico de repressão ao tráfico de drogas em aeroportos. O policial informou também que foram apreendidos 273 kg de cocaína, no município de Itaguaí, no Rio de Janeiro e, em Fortaleza, 356 kg de cocaína. Ambas os confiscos foram feitos durante a operação Semilla, em 2010.
O evento foi promovido de 12 a 14 de novembro, no auditório do CJF, e contou com a presença de magistrados e promotores brasileiros e estrangeiros.
Fonte: CJF