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CJF aposta na gestão sustentável da água

publicado 21/05/2014 16h20, última modificação 11/06/2015 17h04

A crise ambiental vivida atualmente reflete-se, em parte, na crescente escassez de recursos necessários à manutenção da sociedade. Neste contexto, o uso racional, principalmente da água, vem se impondo como uma necessidade à sociedade, e também às entidades particulares e públicas do país, tanto no âmbito federal como no estadual e municipal. Por compartilhar dessa preocupação, o Conselho da Justiça Federal (CJF) inaugurou, na última quinta-feira 19/5, a sua Estação de Tratamento de Água de Reúso (ETA), também conhecida como sistema de captação de “águas cinzas”. Antes do CJF, outros órgãos do Judiciário, como o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já haviam aderido ao reuso de águas.

A ETA, que já estava instalada na sede do Conselho desde a sua inauguração em 2010, obteve autorização do IBRAM (Instituto Brasília Ambiental) em 2013 e, desde o dia 15 de maio, está coletando a água utilizada nos lavatórios e chuveiros dos sanitários coletivos e privativos, e descartando, após tratamento químico, para suprir, em parte, a demanda de água potável para irrigação dos gramados.  De acordo com a servidora Ana Nicoletti, da Secretaria de Administração (SAD), a água cinza – que corresponde a, aproximadamente, 50% da água descartada na rede de esgoto – pode ser aproveitada para fins não nobres, tais como lavagem de pisos, de veículos, utilização em descargas sanitárias e na irrigação de gramados e jardins quando tratada adequadamente.

“A inclusão de projetos de conservação da água nas metas de uma organização é vantajosa para todos os envolvidos: para a organização, porque passa a comprometer menor parcela de seus custos; para o meio ambiente, pela preservação e conservação da água doce potável, e para a sociedade como um todo, que depende dos recursos naturais para sua sobrevivência. Além do fato que, pela adoção destas medidas, recursos serão economizados, podendo ser revertidos em outras aplicações que trarão melhorias em qualidade de vida”, disse Ana Nicoletti.

Ainda segundo a servidora, com o reuso da água cinza na irrigação dos gramados, o CJF terá uma redução considerável nas despesas com água potável na época da estiagem. Almeja-se, aproximadamente, uma economia de 160 mil litros por mês. “Além da reutilização da água cinza, outra medida economizadora importante que o CJF já adota é a captação da água da condensação dos aparelhos de ar condicionado a qual, também, é reutilizada na irrigação dos gramados”, revelou. 

Como tudo começou

Desde a inauguração da nova sede do CJF, já existia a intenção em reaproveitar a água utilizada em lavatórios. Porém, na época, a Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (CAESB) negou a autorização, alegando que não havia legislação que permitisse o uso. Então, no final de 2012, após nova tentativa frustrada junto à CAESB, a SAD solicitou a permissão de uso ao Instituto Brasília Ambiental. 

Consultado pelo CJF, o IBRAM fez uma visita técnica e uma perícia a fim de conhecer o sistema e verificar se ele estava apto a funcionar. Feito isso, o órgão autorizou o procedimento, com algumas recomendações, entre elas: uso de placas em todos os aspersores, indicando que a água é imprópria para consumo, apresentação de laudos mensais e semestrais de laboratórios que atestem a qualidade da água para esse fim. 

A medida também faz parte do Programa de Sustentabilidade do CJF, plano de ação para o biênio 2013/2014, que tem por objetivo consolidar a gestão de sustentabilidade no Conselho, a fim de contribuir para a preservação do meio ambiente e para a promoção da boa prática social, por meio da sensibilização dos servidores, estagiários, prestadores de serviços e visitantes.