CJF homenageia ministro Campbell Marques em sua última sessão no Colegiado

O Conselho da Justiça Federal (CJF) realizou sessão ordinária, na última segunda-feira (18), na sede do órgão, em Brasília, para apreciar processos administrativos referentes a servidores, magistrados federais, projetos institucionais e atos normativos. A reunião marcou a despedida do ministro Mauro Campbell Marques, que deixou a Corregedoria-Geral da Justiça Federal no dia 21 de setembro. O magistrado foi homenageado pelos integrantes do CJF durante a sessão.

Campbell Marques ingressou no Conselho em 2015 e, em 30 de agosto do ano seguinte, tomou posse como corregedor-geral da JF, assumindo também os cargos de presidente da Turma Nacional de Uniformização dos Juizados Especiais Federais (TNU), do Conselho das Escolas da Magistratura Federal (Cemaf) e do Fórum Permanente de Corregedores da Justiça Federal, além de diretor do Centro de Estudos Judiciários (CEJ) e de coordenador da Comissão Permanente dos Coordenadores dos Juizados Especiais Federais.

Conduzindo a homenagem, a presidente do Colegiado, ministra Laurita Vaz, destacou as principais atividades do magistrado no exercício de suas funções no CJF. “Como corregedor, realizou inspeções, colocou em julgamento todos os processos disciplinares, dinamizou o sistema de agendamento de audiências por videoconferência e promoveu muitas outras ações. Como presidente da TNU, foi responsável pela implementação de um sistema de controle de recursos repetitivos e ainda proferiu 32 mil decisões monocráticas”, citou.

Ainda, conforme lembrou a presidente, enquanto esteve no Conselho, Campbell Marques cumpriu cumulativamente suas atribuições de ministro no Superior Tribunal de Justiça (STJ), onde proferiu, no período, cerca de 14,5 mil decisões. “A Justiça Federal segue engrandecida, ministro, pelos devotos trabalhos realizados por Vossa Excelência. Tenho muito a lhe agradecer por sua valorosa contribuição à Justiça brasileira”, elogiou Laurita.

Elogios também do ministro Humberto Martins, vice-presidente do Colegiado, para quem, o homenageado reúne as três principais qualidades do homem: humildade, prudência e sabedoria. “Sentença vem de sentimento, vem de espírito nobre, distribuir justiça com qualidade, mas sobretudo com amor ao próximo. Vejo no Mauro um bom amigo, um bom profissional, um homem destemido, mas sobretudo humano, que sabe distribuir justiça com qualidade”. Campbell Marques também recebeu homenagens de todos os membros presentes do Colegiado, além do presidente da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), juiz federal Roberto Veloso.

Ao agradecer, o ministro enalteceu o trabalho realizado com os demais membros do CJF e, principalmente, com sua equipe de trabalho, segundo ele, formada por “profissionais abnegados”. Relembrando a gestão na Corregedoria, o magistrado se disse satisfeito com sua atuação. “Saio com a sensação de que cumpro meu dever. É chegada a hora de encerrar”, afirmou. Sobre as ações de fiscalização e inspeção, o ministro destacou a necessidade de coerência por parte de todos os agentes públicos. “Não posso chegar a um gestor público e dizer que ele é ímprobo e, quando na qualidade de gestor, achar que a Lei de Improbidade está à margem de mim. Esta é a razão pela qual esse excesso de ciosidade não é privilégio meu. O dever do gestor é fazer aquilo que fiz e todos que passaram antes aqui fizeram, passar o cargo em situação bem melhor do que encontraram”.

Campbell Marques foi sucedido pelo ministro Raul Araújo Filho. Também conselheiro do CJF e presente à sessão, o magistrado cumprimentou o então corregedor pela dedicação com que exerceu o cargo e garantiu dar continuidade em sua gestão às ações já em andamento. “O ministro Campbell Marques demonstrou o seu já reconhecido talento de administrador, sua autoridade de julgador correto e vocacionado, e temos todos que agradecer pelo exemplo que deixa e por sua marcante passagem pela Corregedoria. Procurarei seguir seus passos, ao sucedê-lo”, afirmou Raul Araújo.

O cargo de corregedor-geral integra a estrutura do CJF, que supervisiona a Justiça Federal de primeiro e segundo graus, nas áreas orçamentária e administrativa. Entre outras competências, o corregedor realiza inspeções e correições ordinárias nos Tribunais Regionais Federais (TRFs), exerce a fiscalização e o controle da JF, assim como a supervisão técnica e o controle da execução das deliberações do Conselho.