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Segurança Jurídica é pauta do Encontro Nacional sobre Precedentes Qualificados

STJ

por publicado: 19/06/2019 10h58 última modificação: 19/06/2019 10h58
Objetivo é otimizar a prestação jurisdicional por meio de alternativas trazidas pelo CPC de 2015

Na manhã do segundo dia do Encontro Nacional sobre Precedentes Qualificados, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), as pautas foram a integração jurisdicional e administrativa promovida pelos precedentes qualificados e o papel do Poder Judiciário no modelo brasileiro de precedentes.

O objetivo do evento é otimizar a prestação jurisdicional por meio de alternativas trazidas pelo Código de Processo Civil (CPC) de 2015.

O ministro do STJ Moura Ribeiro presidiu o primeiro painel do dia. Para ele, a discussão da matéria contribui com a segurança jurídica. “Os precedentes qualificados trazem matéria nova, veiculada no novo CPC; estamos convivendo e aprendendo a lidar com esses novos instrumentos, que não são das nossas raízes – são importados do Direito estrangeiro –, mas nós estamos vivendo bem com isso. O presidente Noronha está investindo fortemente na inteligência artificial, e nós precisamos encontrar, efetivamente, os representativos de controvérsia e levar, então, esses casos a julgamento para se ter uma maior fluidez no Judiciário”, disse.

Em seguida, o assessor-chefe do Núcleo de Gerenciamento de Precedentes do STJ (NUGEP), Marcelo Ornellas Marchiori, explicou como os precedentes são tratados na Corte. “O STJ, principalmente a partir de 2016, com a entrada em vigor do novo CPC, investiu na questão dos precedentes qualificados. O STJ viu a oportunidade de trabalhar essa sistemática de forma integrada com todos os tribunais. Assim, nem todos os processos precisariam, necessariamente, chegar ao STJ para ter uma decisão definitiva”.

Marchiori destacou o investimento feito pelo tribunal em gestão e gerenciamento, alinhado à atuação processual do STJ e a alterações regimentais e normativas. “A Comissão Gestora de Precedentes tem uma atuação muito forte nesse sentido, porque ela acaba criando essa junção, entre a parte administrativa e a parte jurisdicional, que é essencial para o sistema brasileiro de precedente dar certo”.

Na sequência, foi realizado o painel O Papel do Poder Judiciário no Modelo Brasileiro de Precedentes, presidido pelo ministro do STJ Sérgio Kukina, que ressaltou a importância do evento para a integração das ações de gestão de precedentes. Na ocasião, os expositores foram os ministros do STJ Paulo de Tarso Sanseverino e Rogerio Schietti.

Ao abordar a formação de precedentes qualificados no novo CPC, o ministro Paulo de Tarso Sanseverino – que preside a Comissão Gestora de Precedentes do STJ – esclareceu que o encontro serve para alinhar o posicionamento dos tribunais do país nesse quesito.

“Um dos objetivos da nossa comissão é manter essa interação com os 32 tribunais que são vinculados ao STJ. Temos apresentado o trabalho que esta Corte realiza com os repetitivos. E, assim, buscamos estimular que trabalho semelhante seja replicado e desenvolvido nos tribunais de segundo grau e, especialmente, valorizando-se a nova cultura de respeito aos precedentes, que foi estabelecida pelo novo CPC. A nossa preocupação maior é com justiça e segurança jurídica no julgamento das demandas de massa”.

Ao fechar o segundo painel, o ministro Rogerio Schietti, membro da Comissão Gestora de Precedentes do STJ, afirmou que a gestão de precedentes não é meramente uma questão hierárquica de interpretação da matéria perante os tribunais. “Acredito que todos que estão aqui estão imbuídos de um propósito em comum, o de tornar o nosso sistema mais eficiente. O STJ tem, declarada pela Constituição, a função de uniformizar a interpretação do Direito Federal, de dar unidade ao Direito Infraconstitucional e, portanto, servir de paradigma para decisões futuras da própria Corte, como também formar precedentes para serem aplicados por toda a magistratura nacional em casos semelhantes”, concluiu.

O evento continua nesta tarde, com o painel O Centro Nacional de Inteligência da Justiça Federal: um projeto para a justiça brasileira. A presidência da mesa será da vice-presidente do STJ, ministra Maria Thereza de Assis Moura. Os expositores serão as juízas federais Vânila Cardoso André de Moraes e Tais Schilling Ferraz, o juiz federal Marco Bruno Miranda Clementino e o assessor-chefe do NUGEP do STJ, Marcelo Ornellas Marchiori.

Fonte: STJ