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Transformação Digital é tema de debates no Encontro Nacional de Tecnologia e Inovação da Justiça Federal

Enastic JF

por publicado: 08/04/2021 19h14 última modificação: 09/04/2021 08h39
O evento, realizado pelo CJF em parceria com o Judiciário Exponencial, é 100% on-line e gratuito

Em continuidade aos trabalhos desta 4ª edição do Encontro Nacional de Tecnologia e Inovação da Justiça Federal (Enastic JF), nesta quinta-feira (8/4), os participantes acompanharam debate Transformação Digital: Desafios 2021”O evento virtual é realizado pelo Conselho da Justiça Federal (CJF) em parceria com o Judiciário Exponencial. 

A exposição foi conduzida pelo secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), Lucio Melre, que fez alusão à fala do presidente do CJF, ministro Humberto Martins: “ministro falou sobre dicotomia tecnologia/pessoas. O tempo todo ele fez referência a este elo, que talvez seja o mais forte”, sintetizou o moderador, que pediu aos palestrantes que discorressem sobre o tema com o foco, também, no cidadão.  

O juiz federal do TRF1 e auxiliar da Presidência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Rafael Leite Paulo, frisou que se não houver um esforço para que transformação digital do Poder Judiciário se apresente de forma efetiva, a tendência é que sejamos substituídos, sistematicamente, pelas inovações”. O magistrado fez menção a atos normativos editados na atual gestão do CNJ, com destaque para o Programa Justiça 4.0, que objetiva o acesso à Justiça, por meio de ações e projetos que empregam novas tecnologias de inteligência artificial.  

Na sequência, líder de Transformação Digital para Governo da Red Hat, Marília Ribeiro Sturm, enfatizou o fator humano no processo. “O cidadão é o motivo pelo qual o Judiciário está sendo exigido a discutir esse aprimoramento de execução jurisdicional”, afirmouMarília Ribeiro mostrou dados da Harvard Business Review, que revelam que os pilares dessa transformação são: pessoas e cultura; e processos e tecnologia  

O papel da nuvem 

O palestrante Davi Arruda, especialista em nuvem com foco em Judiciário da Amazon Web Services (AWS), elencou cinco segredos para fomentar a cultura da inovação: vontade da liderança para inovar; resolver problemas reais; velocidade; não tornar o processo complexo; e adoção da nuvem como catalizador 

AWS tem ajudado empresas e órgãos, como o CNJ, a catalisar os seus projetos, gerando inovaçãoO palestrante  incentivou os tribunais, segundo a realidade de cada um, a transformarem seus serviços de forma mais ágil.  

Inteligência Artificial 

A diretora de Tecnologia da Informação do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5)Fernanda Montenegro, moderou o painel “Inteligência Artificial: atenção aos vieses algorítmicosEla lembrou que, quando toda a parte cartorária passou a ser automatizada, fatalmente, surgiu um gargalo nos gabinetes e nas assessorias dos magistrados. Então, a inteligência artificial chega como uma solução para esse volume de processos que o Brasil enfrenta”, disse 

A juíza federal do Rio de Janeiro, Caroline Tauk,  assessora no Supremo Tribunal Federal (STF), apresentou dados de uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV)que identificou que, atualmente, existem 72 projetos de inteligência artificial ou de automação nos tribunais do país. “No Brasil esses algoritmos estão ajudando os juízes a decidirem e sempre existe uma revisão realizada por um ser humano, destacou.  

Já o diretor de Políticas Públicas da Microsoft, Elias Abdala, explicou como a empresa tem visto o desenvolvimento e o uso da inteligência artificial. Ele afirmou que a ferramenta é uma oportunidade para o desenvolvimento econômico e social do país. “Temos um estudo juntamente com a Fundação Getúlio Vargas que prevê um aumento de 6,5% do PIB brasileiro em razão do uso da inteligência artificial, e uma injeção na economia de US$ 432 bilhões até 2035”, enfatizou Abdala.  

Código aberto 

vice-presidente regional do Setor Público da Suse, João Pereira, mostrou de forma exemplificada, durante a palestra “Como o código aberto pode acelerar a transformação digital no setor público”, as vantagens que a tecnologia de Open Source pode proporcionar aos tribunais brasileiros. 

Segundo o palestrante, como um sistema estratégico de inovação e de multiplicação de conhecimento, o Open Source garante a democratização da tecnologia. Ele apontou que, por meio desse recurso “um tribunal pode utilizar a mesma plataforma que uma gigante de tecnologia utiliza para prestar o seu serviço”.  

Redes de Inteligência 

O desembargador federal e coordenador da Rede de Inteligência do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), Carlos Augusto Pires Brandão, na palestra “O Papel das Redes de Inteligência”, destacou que esstecnologia, capaz de transformar dados em informações a serem utilizadas pelos órgãos julgadores, pode auxiliar a Justiça brasileira a responder novas demandas da sociedade.  

Segundo o magistrado, atualmente é exigido um retorno mais rápido e integrativo do Judiciário. “Essa leitura que nós tínhamos do processo, autor e réu, não cabe mais. Nós precisamos, de alguma forma, aproveitar esses avanços tecnológicos e incorporar isso para tentar entender esses novos processos e demandas sociais que chegam na Justiça”, disse.  

Enastic JF 

Durante dois dias de debates, os participantes estarão imersos em um ambiente de interação em 3D, com representantes da Justiça Federal, especialistas do mercado, do meio acadêmico e de profissionais da indústria criativa. 

Saiba mais sobre o evento e sua programação no site do Enastic JF.