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Evento internacional “Justiça Restaurativa na Justiça Federal” é encerrado com painel sobre boas práticas

Debate

por publicado: 20/08/2021 14h03 última modificação: 20/08/2021 14h03
Representantes de tribunais e da Ajufe apresentaram trabalhos de destaque e compartilharam experiências

O secretário-geral do Conselho da Justiça Federal (CJF), juiz federal Marcio Luiz Coelho de Freitas, presidiu, nesta quinta-feira (19/8), a mesa do quarto e último painel do evento internacional “Justiça Restaurativa na Justiça Federal”. O encontro virtual, promovido pelo CJF, por intermédio do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados (Enfam), foi transmitido via plataforma Zoom, para inscritos, e pelo canal do CJF no YouTube, para todos os interessados no tema. 

O último painel teve como tema “Nortes Seguros e Boas Práticas” e contou com a apresentação de trabalhos de destaque promovidos na Justiça Federal. Participaram representantes da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe), dos Tribunais de Justiça do Paraná (TJPR) e de São Paulo (TJSP), e da Justiça Federal do Rio Grande do Sul (JFRS), de Minas Gerais (JFMG) e de São Paulo (JFSP).    

Dando início aos trabalhos da mesa, o secretário-geral do CJF destacou a importância do último painel do dia, que foi pensado para possibilitar uma concretude de todo o conteúdo que foi abordado ao longo do encontro. “O evento todo foi pensado começando pelos princípios teóricos, passando pelos tribunais e chegando a essa visão agora, até institucional, de atores importantes. Agora, chegamos ao final com essa perspectiva de dar essa apresentação de nortes seguros e boas práticas, que talvez possam ser difundidas, influenciar e inspirar a todos”, afirmou o juiz federal.    

Quarto painel 

primeira palestrante do painel foi a juíza Jurema Carolina de Silveira Gomes, do TJPR, que apresentou o tema “Manual Justiça Restaurativa: 10 passos para implantação”. A magistrada divulgou o manual confeccionado pelo Comitê Gestor de Justiça Restaurativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ)cujo objetivo é “dar elementos e incentivo para que os juízes dos tribunais possam realizar essa implementação, respeitando as particularidades de cada tribunal e sem impor mais atribuições e metas 

Em seguida, a juíza federal da Justiça Criminal da JFRS, Cristina de Albuquerque Vieira, tratou do histórico de desenvolvimento de projetos relacionados à Justiça Restaurativa em sua Regiãocom destaque ao Círculos de Conversa em Equipes”. palestrante explicou que o projeto, criado durante a pandemia, é uma nova forma de tratar o conflito e restaurar conexões, com “a aplicação da prática restaurativa para servidores e juízes, a fim de possibilitar um espaço de confidência e escuta ativae assim obter uma gestão de pessoas humanizada”.  

O terceiro palestrante do painel foi o membro do Comitê Gestor da Justiça Restaurativa do TJSP, juiz Marcelo Nalesso Salmaso, que discorreu sobre a “Política Pública Nacional de Justiça Restaurativa”, estabelecida pela Resolução CNJ. 225/2016Segundo o magistrado, a política traz uma identidade aberta para a Justiça Restaurativa, formatada a partir dos seus princípios e dos seus valores como um quadro principiológico, para não impor um modelo único e rígido de justiça. 

Por sua vez, a diretora do Núcleo de Práticas Restaurativas da Justiça Federal de Uberaba (MG), Ana Carla de Albuquerque Pachecoapresentou o projeto Justiça Restaurativa nos crimes federais de vitimização difusa, iniciado em 2017. expositora destacou que o projeto foi construído com uma ampla equipe multidisciplinar: Convidamos diversos profissionais para pensar em um modelo que repense a Justiça não como mera aplicação da lei, mas também como efetivamente capaz de alcançar a dinâmica social, de reparar os dados e de ouvir as pessoas. 

Outra palestrante foi a facilitadora do Centro de Justiça Restaurativa da JFSP, Carla Rodrigues de Souza, que abordou a questão “A experiência da facilitadora de JR na Justiça Federal. Através do histórico de implementação da Justiça Restaurativa em São Paulo, a palestrante destacou os desafios práticos da função e destacou a importância do facilitador, que, “por meio de metodologias próprias, intencionais, estruturadas e valorativas, abre um espaço seguro e sustenta a caminhada para que as pessoas acessem suas necessidades e façam as suas conexões”. 

O último participante do painel foi o juiz federal e coordenador da Comissão de Justiça Restaurativa da Ajufe, Fernão Pompêo de Camargo, que palestrou sobre “A atuação da Ajufe na implementação da Justiça RestaurativaO magistrado destacou que a diretoria da Ajufe deliberou, em agosto de 2020, a criação da Comissão de Justiça Restaurativa, para incentivar o estudo e a sensibilização para o tema, e que, desde então, desenvolve projetos e diversos cursos para a devida capacitação de juízes federais e servidores das cinco Regiões”. 

Encerramento 

Finalizando os debates, o secretário-geral do CJF, juiz federal Marcio Luiz Coelho de Freitas, avaliou que o painel atingiu o objetivo para o qual foi pensado: apresentar experiências reais e caminhos para tornar cada vez mais concreta a prática da Justiça Restaurativa. É uma imensa alegria ver que existem outras possibilidades e caminhos alternativos que podem ser criados para que a gente efetivamente ajude na construção de uma sociedade melhor, pontuou o secretário-geral. 

 

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