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Especialistas debatem extradição durante ciclo de palestras

Evento

por publicado: 10/05/2022 17h32 última modificação: 10/05/2022 17h32
O encontro é parte das atividades do “II Seminário sobre Cooperação Jurídica Internacional”

O segundo encontro virtual do ciclo de palestras do “II Seminário sobre Cooperação Jurídica Internacional”, realizado nesta terça-feira (10/5), reuniu especialistas para debater o tema “Extradição”. O evento é uma realização do Conselho da Justiça Federal (CJF), por meio do Centro de Cooperação Jurídica Internacional (Cecint), em parceria com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) e o Programa Nacional de Difusão de Cooperação Jurídica Internacional Brasil (Grotius). 

O primeiro palestrante a discorrer sobre o assunto foi o procurador regional da República Vladimir Aras, que explicou os tópicos gerais acerca do tema, abordando conceitos, etapas de execução, classificação e legislação, além de relembrar casos que ganharam grande repercussão.   

A extradição é uma ferramenta de cooperação jurídica internacional e se apresenta em um evento no qual se identifica uma relação com a jurisdição estrangeira, quando o indivíduo praticou crime lá no exterior, ou quando o crime foi cometido aqui e o indivíduo fugiu do território nacional. Para alcançar essa pessoa contamos com tratados bilaterais, multilaterais, ou o país pode lançar mão da promessa de reciprocidade”, elencou o procurador.  

Em seguida, o diretor do Departamento de Segurança e Justiça do Ministério das Relações Exteriores (MRE), ministro André Veras Guimarães, apresentou a palestra intitulada “As relações internacionais e a extradição”, mostrando os aspectos que podem dificultar a extradição, tais como a soberania e o interesse do Estado, bem como as regras internas dos países envolvidos. 

Nos últimos anos observamos dificuldades de efetivação no deferimento de pedidos de extradição porque o País não apresenta condições carcerárias mínimas para preservar os direitos humanos do extraditando. Não podemos permitir que essa alegação represente uma possibilidade de não punição e para isso temos outros mecanismos de cooperação jurídica, como a transferência de processo”, avaliou o ministro 

O chefe da Divisão de Cooperação da Polícia Internacional (Interpol), delegado Rodrigo Carnevalle, tratou do tema “A prisão cautelar para extradição” e explicou as etapas práticas que envolvem essa medida. 

Para que determinado processo possa tramitar, é necessário que a pessoa esteja presa e isso demonstra a importância da prisão cautelar. Os aspectos práticos para essa medida envolvem, por exemplo, pesquisas em bancos de dados e em redes sociais, uso de sistemas de cruzamento de informações, desenvolvimento de força tarefa com outros países e até mesmo sistema de vigilância do possível criminoso”, afirmou o delegado.   

O coordenador de Extradição do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) do MJSP, Rodrigo Sagastume, concluiu a programação do dia com o assunto “O processo de extradição no Departamento de Recuperação de Ativos”, analisando a evolução da extradição 

O palestrante discorreu sobre requisitos, o papel da Autoridade Central, etapas e classificações do processo de extradição. A extradição pode ser classificada como instrutória quando o indivíduo vai responder ao processo criminal, executória quando o indivíduo deve cumprir aquela pena imposta, ou voluntária, que possibilita a concordância do indivíduo em ser extraditado”, explicou Sagastume 

O evento  

O “II Seminário sobre Cooperação Jurídica Internacional” é composto por ciclos de palestras, que ocorrem sempre às terças-feiras, das 9 h às 12 h, via plataforma Zoom, até o dia 7 de junho. O tema da próxima terça (17/5) será “Cooperação jurídica internacional em Matéria Civil: subtração internacional de crianças e adolescentes”. 

Para se inscrever e consultar a programação completa, acesse a página do evento no Portal do CJF.    

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