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Acessibilidade faz parte das prioridades de ações do TRF5

publicado 27/08/2010 16h25, última modificação 11/06/2015 17h11

Angélica de Lima, 30 anos, trabalha no setor de telefonia do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5). Ela nasceu com a visão normal e, devido à retinose pigmentar congênita, deixou de enxergar na adolescência. Passou a integrar o quadro de funcionários do TRF5 há aproximadamente um ano, quando o órgão assinou um contrato de prestação de serviços com a Associação Pernambucana de Cegos (Apec). Na ocasião, além de Angélica, Carmem Oliveira, 40, também se beneficiou com a parceira e teve a carteira assinada para trabalhar na Central de Telefonia. As duas profissionais já haviam tido experiência na área e contam com uma agenda adaptada em braille, sistema de leitura dos cegos, para desenvolver as atividades.

Dario Uchikawa, 35 anos, é técnico judiciário da mesma instituição. Possui a visão normal, mas tem limitações para se locomover e, por isso, precisa do auxílio de uma cadeira de rodas. Essas três pessoas conhecem bem as dificuldades que atingem quem possui dificiência física. No dia a dia, deparam-se com ambientes que ainda não estão adaptados para receber pessoas nas mesmas condições que elas. A ausência de rampas, corrimãos, pisos táteis, transportes modificados são apenas alguns dos vários empecilhos presentes na vida de Angélica, Carmem e Dario. Foi observando as dificuldades desses servidores que a Divisão de Infraestrutura e Administração Predial (Diap) do TRF5 resolveu realizar uma série de reformas para adequar a Corte aos portadores de necessidades especiais. Dentre as medidas pensadas para promover a acessibilidade, estão a adaptação dos banheiros, que receberam novas pias, bacias e barras de apoio, além de contar com as medidas exigidas pela legislação; e a alteração no acesso principal, onde o piso de pedras portuguesas foi substituído por pisos liso e tátil, a fim de auxiliar o ingresso de cadeirantes e deficientes visuais no prédio.

Além disso, o Tribunal transformou em rampas alguns desníveis do prédio e as rampas e escadas que não possuiam corrimões, passaram a ter. As 450 maçanetas das portas, que antes eram de bola, foram substituídas pelo modelo de alavanca e o balcão do protocolo que costuma atender o público também está sendo rebaixado. Tais medidas refletem a preocupação do TRF5 em atender a legislação que prevê uma atenção especial às normas de acessibilidade.

Angélica já sente-se beneficiada com as alterações. “Essas reformas são muito importantes, pois possibilitam que todas as pessoas sejam atendidas sem constrangimentos, como ocorre em tantos outros lugares”, diz a telefonista. Normalmente, ela tem acesso ao prédio em que trabalha com a ajuda de alguém, mas, com a implantação do piso tátil, tem certeza de que quando precisar entrar desacompanhada, não terá problemas.

Dario também aprovou as mudanças na arquitetura do órgão. “A troca do piso de pedrinhas por um piso liso ajudou muito a minha locomoção. Antes, as pedrinhas faziam a minha cadeira de rodas trepidar. Agora, posso me locomover com mais tranquilidade”, explica o técnico judiciário, que elogia o estacionamento especial da instituição e torce para que todos os banheiros sejam adaptados em breve. “Sinto-me mais confortável aqui, no meu local de trabalho, do que na maioria dos espaços público. Noto que o TRF está disposto a modificar a estrutura dos prédios. Sempre sou consultado quando querem avaliar se as modificações estão compatíveis com as minhas necessidades”, conta o servidor.

Curso de Libras

Ainda pensando em formas de promover a inclusão social, o Núcleo de Desenvolvimento de Recursos Humanos do TRF5, irá realizar, de 9 de setembro a 21 de outubro, das 8h30 às 11h30, o curso Libras na Comunidade: uma proposta de Formação e Inclusão Social, destacando o lema “aprendendo a Libras e reconhecendo as diferenças, por uma qualificação multiprofissional”. A capacitação pretende apresentar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) como modelo possível de comunicação e forma de estimular as relações com as pessoas que possuem deficiência auditiva. Além disso, visa desenvolver, nos participantes, habilidades linguísticas que atendam às necessidades de diálogo, compreensão e comunicação com surdos nos diferentes ambientes, respeitando sempre as diferenças, na busca por um modelo de cidadania que valorize a dignidade humana. As aulas acontecerão às terças e quintas-feiras, na Escola Politécnica da Universida de Pernambuco (UPE), no Derby, e as inscrições devem ser feitas através do email desenvolvimentorh.servidores@trf5.jus.br.