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Doação da JF/SP contribui para restauração de memorial

publicado 30/11/2010 13h00, última modificação 11/06/2015 17h11

Graças à doação de R$ 200 mil pela Justiça Federal, parte da história de São Paulo está sendo resgatada na região de Higienópolis, tradicional bairro paulistano. Com a verba, foi possível concluir a restauração de uma antiga sala, do final do século XIX, conhecida como sendo da Baronesa Angélica e hoje pertencente à Associação das Damas de Caridade de São Vicente de Paulo.

Localizado na alameda Barros, 539, o Memorial da Baronesa Angélica será aberto para visitação pública e terá como atrativo o resgate da memória de Maria Angélica Sousa Queirós de Barros (1842-1929), que viveu no local e foi casada com Francisco de Aguiar de Barros, filho de Bento Pais de Barros, o barão de Itu.

A baronesa Angélica era grande proprietária de terras onde hoje se situa o bairro de Higienópolis. Até 1872, a região tinha casas-grandes, senzalas, cocheiras, plantações de chá e grandes capinzais. Pouco depois, com a morte do marido, Maria Angélica loteou sua propriedade. Com isso, o bairro ganhou diversas ruas e avenidas, algumas delas com o nome da família (Avenida Angélica, Alameda Barros).

O Memorial da Baronesa Angélica foi instalado no imóvel que foi doado por ela para a Associação das Damas de Caridade, que abriu na época um externato para acolhimento e ensino de crianças órfãs, em funcionamento até hoje.

Familiares da baronesa (das quais três tetranetas) estiveram presentes no evento que marcou a instalação do Memorial, e se comprometeram a fornecer os objetos pessoais dela para o museu recém-criado. “O desejo de honrar e preservar a memória da baronesa foi o que levou as Damas da Caridade a criar um memorial”, disse o professor mestre em História Evandro Faustino, responsável pela montagem e curadoria do museu.

“Quando me contaram que a Justiça Federal estava doando uma verba destinada não apenas para a caridade, mas para um memorial, fiquei surpreso e maravilhado. Infelizmente a preservação da memória neste país é pouco valorizada, o que faz dessa atitude um ato nobre e inovador”, disse Evandro.

Além dos familiares, professores e das damas de caridade, também esteve presente na instalação do museu o juiz federal Fausto Martin De Sanctis, titular da 6ª Vara Federal Criminal em São Paulo. Os valores doados pela Justiça Federal são provenientes de delações premiadas e bazar beneficente realizados pela 6ª Vara Criminal. (RAN)

A notícia com fotos do local está disponível em www.jfsp.jus.br