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Não cabe mais recurso no caso do cartunista Glauco

publicado 12/08/2011 15h20, última modificação 11/06/2015 17h12

Foi transitada em julgado a sentença de Carlos Eduardo Sundfeld Nunes, o Cadu, assassino do cartunista Glauco e seu filho Raoní. O acusado deve permanecer no Complexo Médico Penal do Paraná, em Piraquara, Região Metropolitana de Curitiba, por mais três anos, no mínimo. A guia de recolhimento definitiva foi assinada ontem (9) pelo juiz federal substituto Leandro Cadenas Prado, da 3ª Vara Federal Criminal de Foz do Iguaçu. Não cabem mais recursos.

A sentença, proferida no dia 27 de maio, determinou que Cadu era inimputável e não poderia, portanto, ir a julgamento. O juiz sentenciante, Mateus de Freitas Cavalcanti Costa, afirmou que, ao final do cumprimento da sentença, deverá ser apresentado laudo que prove o fim da periculosidade de Cadu à sociedade.

Na sentença, o magistrado afirmou que o réu é portador de esquizofrenia paranoide, sendo, portanto, incapaz de perceber a gravidade de seus atos. A doença teria sido agravada “por conta do consumo imoderado de substâncias alucinógenas, do fanatismo religioso e da crença no sobrenatural”, uma vez que o acusado estava sob efeito de maconha e haxixe no dia dos assassinatos e nos seguintes.

Entenda o caso

O duplo homicídio aconteceu na madrugada de 12 de março de 2010, quando Cadu invadiu o sítio onde Glauco e a família viviam, em Osasco. Foram disparados quatro tiros contra o cartunista e seu filho, Raoní.

Cadu chegou ao local de carro, levado por Felipe Iasi, amigo do assassino, que afirmou ter sido obrigado a levar Cadu até o local, sob ameaças, de onde conseguiu fugir após uma distração do condenado. Em setembro de 2010 o Ministério Público Federal do Paraná  (MPF-PR) considerou Iasi inocente.

O assassino frequentava a Igreja Céu de Maria, fundada pelo cartunista, que segue os rituais do Santo Daime, que prega a ingestão do chá de ayahuasca, comprovadamente alucinógeno.

De acordo com a polícia, a intenção de Cadu era levar Glauco até sua casa para convencer a mãe de que o irmão era a reencarnação de Cristo. Quando o cartunista recusou, Cadu ameaçou atirar, mas só tomou a atitude de atirar quando Raoní chegou ao local e houve uma discussão.

Após os disparos, Cadu ficou escondido na mata próxima à casa do cartunista até o início da manhã seguinte. Segundo o rastreamento de seu telefone celular, ele tentou se aproximar da casa da família outras duas vezes.

O rapaz foi preso no dia 14 de março, quando atirou contra policiais federais na fronteira com o Paraguai ao tentar deixar o país.
 
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