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Após 10 horas de debates, júri do caso Ceci entra em fase de votação dos jurados

publicado 19/01/2012 14h30, última modificação 11/06/2015 17h11

A sessão do Tribunal do Júri do caso Ceci Cunha, que já dura três dias, foi suspensa por  quatro horas às 20h47min, para votação dos mais de 100 quesitos pelo Conselho de Sentença que vai definir o destino dos cinco acusados pela chacina que vitimou a médica e deputada federal, seu maridos e mais dois familiares. O conselho é formado por sete pessoas, todas do sexo masculino, e o Tribunal do Júri presidido pelo juiz federal, André Luís Maia Tobias Granja, da Justiça Federal em Alagoas.

Durante todo dia e parte da noite, a acusação formada pelos procuradores da República, Rodrigo Tenório, Gino Sérvio Malta Lobo e pelo advogado José Fragoso ser o ex-deputado federal Talvane Luiz Gama de Albuquerque Neto o mandante do crime, materializado por seus assessores: Jadielson Barbosa da Silva, Alécio César Alves Vasco, José Alexandre dos Santos e Mendonça Medeiros Silva.

A acusação

Foram três horas de debates, mais duas de réplica e tréplica para defesa e acusação, totalizando 10 horas. Rodrigo Tenório apresentou as provas em programa de computador power point, com gráficos sobre o rastreamento telefônico dos acusados no dia do crime e durante todo o trajeto percorrido por Ceci Cunha. Ela deixou o Fórum da Justiça Estadual, onde foi diplomada deputada federal, em 16 de dezembro de 1998 com destino ao bairro da Gruta de Lourdes e teria sido seguida pelos criminosos.

 Foi apresentado ainda a rota de fuga e o descarte do Fiat Uno que teria sido utilizado no crime e incendiado a altura da Chã do Pilar, além de uma última ligação no município de Atalaia. A acusação se valeu do depoimento do acusado Mendonça Medeiros para encaixar as peças do caso e demonstrar como ocorreu.

 O motivo do crime seria a necessidade do primeiro suplente Talvane Albuquerque assumir. Com 24.609 votos e a primeira suplência, Tenório lembrou que o plano inicial seria matar o deputado Augusto Farias ou Albérico Cordeiro e foi descoberto por Farias por meio do pistoleiro Maurício Guedes, conhecido como Chapéu de Couro, encarregado de contratar os matadores, que apresentou gravação de conversa telefônica mantida com Talvane. 

A defesa

A defesa dos réus foi feita por seis advogados: Welton Roberto, Roberto Pontes, Leonardo Pontes, Roberto Heck, Júlio Gomes e Gustavo Callado.

Welton Roberto relatou que teria havido um direcionamento para a culpabilidade de Talvane Albuquerque desde o início do caso. Prisões de ex-seguranças do ex-deputado teriam ocorrido um dia depois do crime.

O advogado também questionou o depoimento da irmã da deputada Ceci Cunha, Claudinete Santos, que teria se equivocado ao reconhecer o Jadielson Barbosa como um dos atiradores da deputada. Foi apresentada uma foto do genro de Chapéu de Couro, Roberto Brasília, por sua semelhança com Jadielson.

Outro argumento usado pela defesa foi o de um jardineiro que teria visto Chapéu de Couro fugindo num veículo Fiat do local do crime.

Fonte: Ascom - JFAL