Você está aqui: Página Inicial > Outras Notícias > 2012 > Julho > Presidente do TRF3 participa de homenagem ao poeta Paulo Bomfim

Presidente do TRF3 participa de homenagem ao poeta Paulo Bomfim

publicado 18/07/2012 15h15, última modificação 11/06/2015 17h13

Cerimônia aconteceu no TJSP e contou com a presença do ministro Ayres Britto, presidente do STF

O presidente do TRF3, desembargador federal Newton De Lucca, compareceu ontem (17/7) ao plenário do Tribunal de Justiça de São Paulo para a cerimônia de entrega do Colar do Mérito Judiciário ao Poeta Paulo Bomfim, Decano da Academia Paulista de Letras. A solenidade contou com a presença do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Carlos Ayres Britto, de autoridades ligadas aos Poderes Judiciário, Executivo e Legislativo e representantes da comunidade literária.

“Paulo Bomfim é um grande poeta, assim como o nosso presidente do STF, ministro Ayres Britto. O magistrado não pode ser só um técnico do direito, ele tem de ter contato com todas as outras realidades, e uma delas é a literatura. Nós devemos prestigiar esse tipo de evento, porque temos o dever de cultuar e cultivar as boas coisas do espírito”, afirmou o presidente do TRF3, Newton De Lucca.

O Colar do Mérito Judiciário é uma condecoração instituída pelo Poder Judiciário do Estado em 1973, com o objetivo de homenagear personalidades, nacionais ou estrangeiras, por seus méritos e relevantes serviços prestados à cultura jurídica.

Durante a cerimônia, o ministro Ayres Britto, presidente do STF, parabenizou a iniciativa do TJSP pela “justíssima iniciativa de homenagear o Paulo Bomfim com esse honroso título” e cumprimentou os poetas presentes na cerimônia, dentre eles o “querido poeta, e presidente do TRF3, Newton De Lucca”, que juntamente com outros poetas, fazem parte do rol de “literatos que honram o Judiciário de São Paulo e do Brasil”.

O ministro Ayres Brito contou que seu primeiro contato com a poesia de Paulo Bomfim foi há aproximadamente 40 anos, com o livro “O colecionador de minutos”. Declarou-se amigo do poeta e admirador de sua poesia: “Paulo é mais que um intelectual. É poeta originalíssimo. Homem que alcançou uma evolução espiritual que nos inspira. Paulo pratica sem nenhum esforço a ética da cordialidade, da agregação, do cuidado, do carinho, do estado amoroso, permanente estado poético, criando sempre ao redor dele um ambiente propício ao acontecer das belas ideias, dos belos sentimentos e das boas práticas”.

O desembargador José Renato Nalini, corregedor-geral da Justiça e integrante da Academia Paulista de Letras fez a saudação ao poeta Paulo Bomfim, em nome do Tribunal de Justiça: “A voz dos poetas foi sempre a voz dos povos. Se os poetas se calam é porque os povos se encontram já em coma e já nem sequer tem força para gemer. Paulo Bomfim nunca se calou. Sua poesia é iluminadora, purificadora, redentora. Levou a sério o compromisso poético. Poeta sou e a ti me escravizei, incapaz de fugir ao meu destino. Soube mostrar que a poesia é conhecimento, salvação, poder, operação capaz de mudar o mundo. A atividade poética é revolucionária por natureza”.

Paulo Bomfim agradeceu, emocionado, a presença de todos os amigos, e proferiu seus agradecimentos. “O Colar que hoje recebo, não por mérito judiciário, mas por muito amar este Poder, comemora também os meus setenta anos de vida literária, celebração que engloba meio século de Academia Paulista de Letras onde sou Decano. Com emoção sou condecorado com esta consagradora honraria concedida àquele que há oitenta anos foi um pequeno escoteiro de 32. Sinto-me promovido pela generosidade dos senhores. Meu primeiro livro, ‘Antonio Triste’, torna-se alegre na tarde de hoje”, agradeceu o poeta Paulo Bomfim.

Fizeram parte da mesa de honra o presidente e o vice presidente do TJSP, desembargador Ivan Sartori e desembargador José Gaspar Gonzaga Franceschini; o
presidente do Supremo Tribunal Federal e do Conselho Nacional de Justiça, ministro Carlos Augusto Ayres Britto; a secretária de Estado da Justiça e da Defesa da Cidadania, Eloisa de Sousa Arruda, que representou o governador Geraldo Alckmin; o presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo, deputado estadual Barros Munhoz; o corregedor-geral da Justiça do TJSP, desembargador José Renato Nalini; o deputado federal Gabriel Chalita; o presidente do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, desembargador Newton De Lucca, e o presidente do Tribunal de Justiça Militar de São Paulo, juiz coronel Orlando Eduardo Geraldi.

Paulo Bomfim

Jornalista profissional, Paulo Bomfim, o "Príncípe dos Poetas", iniciou suas atividades em 1945, no Correio Paulistano, indo a seguir para o Diário de São Paulo a convite de Assis Chateaubriand onde escreveu durante uma década “Luz e Sombra”, redigindo também “Notas Paulistas” para o “Diário de Notícias” do Rio. Foi diretor de Relações Públicas da “Fundação Cásper Líbero” e fundador, com Clóvis Graciano, da Galeria Atrium. Homem de TV, produziu “Universidade na TV” juntamente com Heraldo Barbuy e Oswald de Andrade Filho, no Canal 2, “Crônica da Cidade” e “Mappin Movietone”, no Canal 4. Apresentou na Rádio Gazeta a “Hora do Livro” e a “Gazeta é Notícia.

Paulo Bomfim publicou seu primeiro livro, “Antonio Triste”, em 1947, com prefácio de Guilherme de Almeida e ilustrações de Tarsila do Amaral. De lá até hoje são 33 livros publicados, traduzidos para o alemão, francês, inglês, italiano e castelhano. Em 1963 entrou para a Academia Paulista de Letras onde foi saudado por Ibrahim Nobre. Foi presidente do Conselho Estadual de Cultura e do Conselho Estadual de Honrarias e Mérito. Em 1981 foi eleito “Intelectual do Ano”, pela União Brasileira dos Escritores, conquistando o “Troféu Juca Pato”, ao qual concorreram também Darcy Ribeiro e Celso Furtado.
 
Fonte: Ascom - TRF da 3ª Região