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Presidente do TRF4 participa da conferência do jurista espanhol Baltasar Garzón

publicado 19/07/2012 15h25, última modificação 11/06/2015 17h11

“O meu país teve uma ditadura de 40 anos. Porém, não está pronto para enfrentar a sua própria história” declarou o jurista espanhol Baltasar Garzón em sua conferência “Direitos Humanos, Desenvolvimento e Criminalidade Global”, que aconteceu ontem (17/7) à noite no auditório do Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul. Garzón referia-se ao período em que a Espanha foi governada pelo General Francisco Franco e elogiou a iniciativa do governo brasileiro de criação da Comissão da Verdade, que investiga crimes da ditadura no Brasil.

O jurista espanhol Baltasar Garzón é reconhecido mundialmente por ter emitido ordem de prisão contra o ex-presidente do Chile, Augusto Pinochet, pela morte e tortura de cidadãos espanhóis, e por seu trabalho investigando crimes cometidos pela ditadura argentina. Ele foi condenado, em fevereiro deste ano, a 11 anos de inabilitação da magistratura por envolvimento em um caso de escutas ilegais.

A presidente do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), desembargadora federal Marga Barth Tessler, disse que Garzón esclareceu os motivos da penalização da corte espanhola. “Ele revolveu o passado, buscou a verdade e tentou aplicar a Justiça”, analisa Marga.

O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Gilson Dipp, coordenador da Comissão da Verdade, também participaram da palestra.

Ao comentar sobre o pronunciamento do ministro Dipp, Marga ressaltou que o discurso dele foi de “reconhecimento e pacificação”. A presidente disse que ficou tocada com o relato do ministro sobre casos tratados na Comissão, como o de uma senhora que só agora, com o reconhecimento da morte do filho pelo governo, aceitou a perda e, finalmente, mandou rezar uma missa.

Durante o evento, Tarso Genro assinou o decreto que cria a Comissão Estadual da Verdade, que trabalhará junto com o grupo que atua em nível federal. Garzón foi apresentado pelo governador como um símbolo da luta contra a corrupção.

Fonte: Ascom - TRF da 4ª Região