Painel debate a importância das ações sustentáveis para as instituições

A busca de ações sustentáveis e iniciativas que façam do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) uma instituição cada vez mais comprometida com o meio ambiente foi o objetivo do painel com especialistas em ecologia e administração sustentável apresentado na corte na tarde de hoje (15/3).

Lara Lutzenberger, presidente da Fundação Gaia, Beto Moesch, vereador de Porto Alegre, e Ana Paula Ferreira Jelenski, gestora de responsabilidade social da Unimed, palestraram sobre as experiências em suas áreas no Auditório da corte, que reuniu uma platéia de magistrados, servidores e convidados de outras instituições públicas.

O evento foi aberto pela presidente do tribunal, desembargadora federal Marga Barth Tessler, que falou das ações realizadas pela corte desde o ano 2000, como a reciclagem de materiais, o combate ao desperdício de água e luz e a adoção de materiais ecoeficientes, como o papel reciclado.

A presidente informou alguns números resultantes do esforço sustentável do TRF4: “desde a implantação da gestão ambiental, com a reciclagem de papéis, evitou-se o corte de 5.506 árvores, foram poupados em torno de 25 milhões de litros de água e 626 megawatts de energia elétrica”.

A mesa foi coordenada pelo juiz federal Cândido Alfredo da Silva Leal Júnior, titular da Vara Federal Ambiental, Agrária e Residual de Porto Alegre e atualmente convocado para atuar no tribunal. Leal falou sobre o papel do juiz não só como julgador de matérias ambientais, mas como administrador também responsável por uma boa gestão ambiental em sua unidade judicial. Para ele, deve valer a ideia ecológica “pense globalmente, aja localmente”.

Formada em Biologia, Lara Lutzenberger preside a Fundação Gaia, criada pelo ecologista José Lutzemberger, pai de Lara, falecido há dez anos. A Fundação atua na área de educação ambiental, agricultura ecológica e manejo sustentável dos recursos naturais entre outras ações. Possui também uma sede rural, o “Rincão Gaia”, reconhecido por sua experiência sustentável.

“Hoje vivemos o agravamento da degradação ambiental. Apesar de todos estarem cientes dessa realidade, ainda pouco se faz no dia-a-dia. As pessoas perderam o vínculo com o mundo natural e isso precisa ser resgatado.” ressaltou Lara. Para ela, o homem precisa ver-se novamente como parte da natureza e não como observador desta.

“Ser um exemplo vale mais que qualquer discussão sobre ecologia”, observou. Conforme a bióloga, cabe às pessoas avaliar criticamente o impacto de suas ações na natureza e mudar a própria postura.

Já Beto Moesch explanou sobre as iniciativas da Secretaria do Meio Ambiente de Porto Alegre quando ele foi secretário, entre os anos de 2005 e 2008. “Nosso maior desafio na gestão pública é mudar a cultura da população”. Segundo o vereador, “R$ 200 mil são perdidos por dia por falta de reciclagem adequada do lixo na capital”.

Moesh revelou ainda que 80% da poluição atmosférica de Porto Alegre atualmente vem dos veículos, sendo fundamental a adoção de inspeção veicular. Para o vereador, não basta a vontade política, precisa haver a colaboração e a conscientização da sociedade. Ele encerrou sua palestra citando Lutzenberger: “manter o meio ambiente é algo simples, uma questão de visão”.

Ana Paula Ferreira Jelenski, da Unimed, falou das ações socioambientais desenvolvidas pela cooperativa de saúde. “Buscamos o engajamento e o comprometimento dos funcionários através de palestras, código de conduta e vistorias regulares”, explicou. A Unimed se preocupa também em reforçar sua orientação ambiental junto aos seus fornecedores.

Ana Paula revelou que 900 pessoas, que trabalham em 16 cooperativas, retiram seu sustento do lixo seco fornecido pela Unimed para reciclagem. A empresa também recicla banners e carteirinhas, produzindo kits ecológicos para os funcionários e brindes para os clientes. “As empresas não podem olhar apenas para o lucro, mas desenvolver uma visão social e ambiental”, concluiu.

É da nossa conta

Também foi lançada hoje (15/3) pelo tribunal a campanha institucional “É da nossa conta”, que visa a conscientizar os magistrados e servidores do TRF4 sobre a importância de uma conduta ecologicamente correta em casa e no trabalho. São cartazes, folders e adesivos com dicas de como economizar nos setores.

Fonte: Ascom - TRF da 4ª Região