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Outubro Rosa no TRF4: palestra mostra dura realidade do câncer de mama no Brasil

publicado 15/10/2012 10h00, última modificação 11/06/2015 17h12

A mastologista e presidente do Instituto da Mama (Imama) do Rio Grande do Sul, dra. Maira Caleffi, fez na tarde de 11/10 uma palestra para as magistradas e servidoras do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4). Juntamente com o flash mob (ação realizada por voluntárias com sombrinhas cor de rosa) realizado pelas voluntárias do Imama em frente ao prédio da corte, o evento faz parte da campanha Outubro Rosa no TRF4, de prevenção ao câncer de mama.

O tribunal é uma das instituições parceiras da campanha, iluminando sua sede com a cor rosa durante este mês. Maira conversou com o público juntamente com o médico ginecologista do tribunal, dr. Ivan Bolten Lucien. O encontro foi aberto pela presidente do TRF4, desembargadora Marga Barth Tessler, que salientou a importância do desenvolvimento de políticas públicas de saúde na área da prevenção. “É responsabilidade de órgãos públicos, como o TRF4, se engajarem nestas campanhas que levam melhor qualidade de vida para a população e, consequentemente, para nossas servidoras e suas famílias”, afirmou.

“É importante falar dentro do Judiciário, porque muitas mulheres acabam tendo que recorrer à Justiça para fazerem seu tratamento”, disse Maira. Ela ressaltou que a doença  segue causando muitas mortes por ausência de diagnóstico e tratamento. “Poder fazer mamografia anual e ter assistência médica em caso de detecção de tumor é um direito, entretanto, a doença segue matando uma média de 33 mulheres por dia no Brasil”.

Maira revelou que Porto Alegre e Montevidéu são as cidades com maior número de casos na América Latina. “Nós lutamos por mudar essa estatística. O câncer de mama é um problema de saúde pública”, declarou. Ela explicou que 70% dos diagnósticos já encontram o câncer em estágio 2 e 3, tornando mais difícil a cura.

A luta  do Imama se baseia em três vertentes: conscientização, acesso à mamografia anual e velocidade no tratamento. A médica explicou que já está no Senado uma lei obrigando o Sistema Único de Saúde (SUS) a começar o tratamento em, no máximo, 60 dias após o diagnóstico. “Hoje tem mulheres que esperam até seis meses para iniciar o tratamento, o que aumenta o risco, pois a doença evolui rapidamente”, afirmou.

Nesse ano, a frase da campanha é “Todo dia uma vitória contra o câncer de mama”. Para Maira, essa luta começa desde a busca do exame preventivo e não apenas em caso de diagnóstico positivo. “O Imama faz 20 anos em 2013, somos batalhadoras e travamos uma guerra diária contra essa doença que é a principal causa de morte em mulheres jovens”, observou.

“Nosso objetivo não é vestir rosa e praticar assistencialismo, mas lutar pela causa e modificar a realidade através da conscientização, da pressão para a qualificação das políticas de saúde, e pela mudança da estatística”.

O dr. Ivan Lucien explicou as ações que o tribunal tem praticado para prevenir o câncer de mama. “Em 2005, criamos um programa de prevenção do câncer de mama e passamos a chamar todas as servidoras acima de 40 anos para fazer mamografia. Neste ano ampliamos nossa ação e passamos a fazer um chamado a todas as mulheres que trabalham aqui, independentemente da idade”, explicou.

A presidente Marga encerrou o evento dizendo-se impactada com as informações dadas por Maira. “A saúde em geral é negligenciada e o atendimento à mulher continua esquecido. Ainda bem que existem pessoas como a dra. Maira Caleffi e as voluntárias aqui presentes. Vamos continuar. Vamos batalhar.”

Fonte: TRF da 4ª Região