TRF5: deficientes visuais são contratadas para Central de Telefonia
Um contrato de prestação de serviços celebrado entre a Associação Pernambucana de Cegos (Apec) e o Tribunal Regional Federal da 5ª Região deu pela primeira vez a oportunidade a duas deficientes visuais para trabalharem com carteira assinada na Central de Telefonia desta corte. A parceria foi firmada no final da manhã do dia primeiro de outubro, no gabinete da presidência, e contou com a participação de representantes da associação.
O presidente do TRF5, desembargador federal Luiz Alberto Gurgel de Faria, destacou a importância da parceria lembrando que a telefonia significa uma das portas de entrada das pessoas no tribunal. “O número de telefonistas insuficiente deu oportunidade para que contratássemos as duas profissionais”, declara o desembargador federal.
Carmen Oliveira, 40 anos, e Maria Angélica Silva, 30, não tiveram maiores problemas em desempenhar a nova atividade. As duas mulheres nasceram com a visão normal e devido à retinose pigmentar congênita deixaram de enxergar na adolescência. Ainda assim buscaram ter uma vida normal chegando a ter experiência profissional em telefonia, mas Angélica nunca teve a carteira profissional assinada.
A nova contratação vai possibilitar um atendimento diário de 600 ligações telefônicas. O número de telefonemas recebidos é tratado com tranqüilidade pelas profissionais. “Alguns números de telefone sabemos decorados. Outros, anoto num papel e fico repetindo até aprender”, revela Angélica Silva. Com os dedos ágeis elas conseguem localizar todos os contatos sem nenhum empecilho na agenda previamente adaptada.
O setor de trabalho das novas servidoras não precisou passar por grandes transformações. Apenas uma agenda telefônica com mais de mil ramais foi traduzida para o braile. Os equipamentos das operadoras de telefonia são os mesmos de uma pessoa que possui a visão normal. O período de contratação das duas telefonistas é de um ano podendo ser renovado pelo mesmo prazo.
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