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Presidente da Ajufe participa de debate sobre legalização do jogo na TV Câmara

publicado 25/01/2013 15h00, última modificação 11/06/2015 17h14

O  presidente da Ajufe, Nino Toldo, participou, na noite desta quarta-feira (23), do programa “Participação Popular” da TV Câmara, debatendo a legalização do jogo no Brasil. Transmitido ao vivo, com duração de uma hora na TV e mais 40 minutos pela internet, o programa teve também a participação do consultor jurídico da Associação Brasileira de Bingos, Roberto Fernandes, do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), e de populares entrevistados em Porto Alegre.

Roberto Fernandes iniciou o debate afirmando que, na América, o Brasil é o único país que não regulamentou cassinos e bingos. “É uma atividade econômica importante, gera empregos, receita tributária, e o Brasil só iria ganhar com isso. O Congresso não está criando nada, porque o jogo já existe em larga escala, só que na clandestinidade”, argumentou.

Nino Toldo afirmou que “a atividade do jogo favorece a lavagem de dinheiro e toda a atividade ilícita que há por trás da jogatina. O Brasil tem se empenhado no combate à corrupção e à lavagem de dinheiro. A legalização do jogo seria um retrocesso nesse combate. A geração de emprego e de impostos não compensa diante dos malefícios à sociedade. E a mão de obra que atuaria no jogo poderia ser direcionada a outras atividades, como o turismo, que é uma vocação natural do Brasil”.

De Porto Alegre, um ex-funcionário de bingos afirmou que cerca de 50 mil pessoas perderam o emprego com o fechamento das casas de jogos em 2004. Disse que uma parte deles trabalha em bingos ilegais, sem nenhum controle, sem carteira assinada. Quem está operando esses bingos seriam grupos que migraram para a área do crime, informou.

O presidente da Ajufe argumentou que “essas pessoas, que trabalhavam em bingos, deveriam optar por um trabalho legal”. Ele acrescentou que a arrecadação de impostos não compensa outro problema sério, que é o vício pelo jogo. E fez uma comparação: “A indústria tabagista é uma das que pagam mais impostos, mas os custos que o poder público assume em consequência dos males do tabagismo também são altíssimos. Até que ponto compensam esses impostos?”

O consultor da Abrabin afirmou que há como controlar o jogo no Brasil: “Temos um sistema tecnológico para fiscalizar eleições e bilhões de operações financeiras. A lavagem só existe onde a legislação é fraca. Os grandes cassinos de Las Vegas controlam de tal forma que não há um caso de lavagem registrado. A experiência de outros países é benéfica. Na Europa, o jogo está nas páginas de economia, aqui está nas páginas de polícia, porque falta a legalização”.

O delegado de polícia Tiago Baldi, de Porto Alegre, comentou que “a atividade está ligada ao tráfico de armas e à lavagem de dinheiro”. Questionado se a legalização resolveria o problema, respondeu: “Afirmar que a legalização traria todo esse mecanismo informal e criminoso para a legalidade é mera falácia. Não é transformando uma conduta ilícita em lícita que resolveríamos o problema”.

Arnaldo Faria de Sá afirmou que o brasileiro joga de diversas formas. “Qualquer um vai jogar na Argentina, no Uruguai, em Las Vegas, nos navios de cruzeiro. Saem voos charter do Brasil para Las Vegas, pagos pelos cassinos. Só as avestruzes do Brasil é que não veem isso. Esse dinheiro poderia ficar para a saúde, mas joga-se dinheiro fora”. Ele também assegurou que  não haveria fraudes. “A arrecadação é on-line. Temos que acabar com essa hipocrisia”. E lembrou que há um projeto que regulamenta o jogo no Brasil pronto, há seis anos, para ser votado em plenário, “para aprovar ou para rejeitar isso definitivamente”.

Fonte: Ascom - Ajufe