Você está aqui: Página Inicial > Outras Notícias > 2013 > Março > TRF4 discute novos modelos de administração da Justiça frente à realidade do processo eletrônico

TRF4 discute novos modelos de administração da Justiça frente à realidade do processo eletrônico

publicado 07/03/2013 12h10, última modificação 11/06/2015 17h14

O que muda no trabalho da Justiça com o fim do papel e a implantação do processo eletrônico?  Como esta nova realidade altera o trabalho, o perfil e a saúde dos servidores? Quais os modelos de administração judiciária adequados para cumprir metas e dar uma resposta mais rápida ao cidadão que espera o julgamento de um processo?  Estes são alguns questionamentos que serão discutidos no Seminário Atualidade e Futuro da Administração da Justiça, que acontece no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), na próxima segunda e terça-feira (11 e 12/03), em Porto Alegre. 

“Resolvemos debater estes temas, ouvir opiniões e experiências, porque há dez anos já trabalhamos com o e-proc, o processo eletrônico desenvolvido pela 4ª Região, e vivenciamos o que muitas instituições vão vivenciar”, explica Eduardo Weber, diretor de recursos humanos do tribunal e um dos coordenadores do evento. Ele afirma que alguns dos objetivos do seminário são a troca de experiências e o debate sobre o futuro da administração da Justiça.


Novo Perfil

Weber conta que a informatização dos processos na Justiça Federal da 4ª Região provocou mudanças na forma de trabalhar e na estrutura organizacional e de cargos da instituição. “Com o processo eletrônico, muitas tarefas burocráticas executadas por técnicos foram substituídas por sistemas, como por exemplo a juntada de documentos no processo. Ao mesmo tempo, como os processos tramitam mais rápidos, precisamos de mais especialistas para auxiliar os magistrados na análise das ações” pondera.

Segundo o diretor de RH do TRF4, a estrutura atual de cargos nos tribunais federais do país não atende a esta nova demanda. “Hoje, dois terços dos servidores são técnicos e um terço é analista”, calcula Weber, propondo que se mude esta realidade. Para ele, a exigência de adaptação aos novos tempos é exigida pela própria sociedade e também, pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).


Gestão pública X gestão privada

Outro tema que será abordado no seminário é o modelo de gestão que se adapta ao Poder Judiciário. Weber acredita que o uso dos padrões da iniciativa privada, sem levar em conta os limites legais do serviço público, pode gerar prejuízos. “Se numa empresa um funcionário adoece, ele é substituído, já o servidor público que fica doente não pode ser reposto, por determinação da lei do servidor público”, compara. Ele entende que estabelecer metas impossíveis de serem alcançadas, tem aumentado o estresse entre servidores e magistrados, levando a um número crescente de licenças médicas, o que cria um círculo vicioso.

O evento de dois dias acontece paralelamente no plenário e no auditório do TRF4. Também serão discutidos assuntos como a saúde dos servidores nesta nova realidade, os desafios da conciliação, a memória institucional em tempos de processo eletrônico e o trabalho sustentável.

Clique aqui para acessar o site do seminário

Fonte: TRF4